Semana Nacional do Sono: médica destaca a necessidade do plano descanso para a saúde física e mental

Neste 15 de março, inicia-se a Semana Nacional do Sono, iniciativa criada a partir do “World Sleep Day” (Dia Mundial do Sono), celebrado no dia 19 deste mês. O período traz consigo uma fundamental conscientização a respeito da necessidade de um pleno descanso, fato que não é experimentado ou colocado em prática em sua totalidade pela sociedade, imersa em um contexto de constantes tensões e transformações.

“O sono é essencial para a nossa saúde física e mental. Dormimos pois, assim, nosso cérebro consegue realizar as conexões daquilo que aprendemos durante o dia, além de limpar as toxinas que se acumularam. Por se tratar de um processo ativo, também ocorre neste período a regulação das emoções e do metabolismo. Afinal, quando dormimos, nosso cérebro não desliga. Algumas funções cerebrais seguem operando normalmente para que possamos agir bem durante o dia”, explica a Drª. Sulene Pirana, médica otorrinolaringologista do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus.

Drª. Sulene detalha que a privação do sono pode trazer diversos malefícios à saúde – contexto que vai muito além dos já conhecidos e comuns sintomas de cansaço e da sonolência diurna excessiva: “Ela também causa déficit de concentração, dores no corpo, irritabilidade e é capaz de afetar o controle de emoções. Desta forma, a pessoa tende a tomar decisões inadequadas e até optar por consumir alimentos mais calóricos. É possível até ganhar peso dormindo menos”.

Dentre os principais problemas de sono, destacam-se a insônia e os distúrbios respiratórios (ronco e apneia).

“O ronco é o barulho que fazemos quando o ar não entra de forma adequada em nosso organismo (ou seja, quando não conseguimos respirar bem). Isso exige um esforço respiratório exagerado, fazendo com que os tecidos moles da garganta vibrem. E, quando o ar não entra, temos o diagnóstico de apneia”.

Drª. Sulene sublinha que o sono fragmentado por causa do esforço respiratório aumenta o risco de desenvolvimento de doenças, tais como hipertensão, diabetes e problemas cardíacos. “Crianças que roncam também têm maior dificuldade de aprendizado e déficit de crescimento, além de problemas de comportamento”, completa.

A insônia, por sua vez, é a dificuldade de iniciar e manter o sono (ou o fato de despertar precocemente). “Ela também causa prejuízos físicos e distúrbios do humor. Portanto, a ocorrência de dormir mal não pode ser normalizada pela sociedade. Quem sofrer destes distúrbios precisa ajuda especializada”.

Drª. Sulene Pirana (CRM 72.647) é graduada em Medicina pela Santa Casa (São Paulo-SP), com residência médica em Otorrinolaringologia cumprida no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e formação em Foniatria pela Divisão de Estudos e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (DERDIC). Atualmente, é professora do curso de Medicina da Universidade São Francisco (USF) –  desde 2016 –, coordenadora do programa de Residência Médica do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus – desde 2011 – e responsável por ministrar cursos de formação em Foniatria na Universidade de São Paulo (USP) e na Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF)