A importância do acompanhamento odontológico em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s)

Na composição de sua equipe multidisciplinar que atua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus conta com cirurgiões-dentistas. A presença desses profissionais é fundamental para o aperfeiçoamento da qualidade assistencial, afinal, os cuidados de higiene bucal podem ajudar na redução do tempo de permanência hospitalar dos pacientes – e na diminuição da possibilidade de novas infecções (principalmente as pulmonares).

“A presença do dentista na UTI permite que a assistência aos nossos pacientes seja realizada de forma integral. O exercício de suas atribuições específicas, com procedimentos de prevenção, diagnóstico e tratamento de condições bucais, são muito importantes. Além da melhora no prognóstico, há a contribuição para o aumento da qualidade de vida no período pós-alta hospitalar”, destaca o Dr. Thiago Filiponi, (CRM 120793/SP), médico intensivista e responsável técnico da UTI Adulto.

De acordo com a Drª. Silvia Cristina Mazeti Torres, coordenadora do curso de Odontologia da Universidade São Francisco (USF), a pneumonia associada à ventilação mecânica é uma das condições clínicas de maior risco para o paciente hospitalizado em UTI. “E, quanto maior o tempo de internação do paciente, maior o risco para o seu desenvolvimento. Sendo assim, medidas preventivas e curativas odontológicas adotadas desde o início da internação do paciente, como os cuidados com sua higiene bucal, geram menor custo e tem a grande capacidade para contribuir na diminuição do tempo de internação”, ressalta a especialista.

A higienização não adequada da cavidade oral facilita não apenas a proliferação das bactérias já existentes, mas também a colonização pelas que estão presentes no ambiente de UTI. “No contexto de atuação do dentista, podemos citar o tratamento de infecções orais agudas e oportunistas, como abscesso dentário, traumas na língua e nos lábios, placa bacteriana, herpes, candidíase oral e outras patologias”, detalha o Dr. Alexandre Augusto Albigiante Palazzi, professor responsável pelo Estágio Supervisionado em Odontologia Hospitalar da USF.

Quando o cirurgião-dentista está presente e inserido na rotina hospitalar, é evidenciada a importância da higiene bucal e suas relações com as doenças e infecções: “É também uma questão de educação em saúde; o paciente compreende e adere ao tratamento e, após a alta, terá consciência e importância no seguimento a esses cuidados”, finaliza a Drª. Silvia.