Reforçando seu caráter de pioneirismo e o compromisso com a saúde brasileira, o Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus, através de seu Centro de Pesquisa, é protagonista de um importante estudo multicêntrico que revelou a eficácia do medicamento tofacitinibe no tratamento de pacientes adultos hospitalizados com pneumonia em decorrência da COVID-19. A pesquisa mostrou que o fármaco, indicado para artrite reumatoide e retocolite ulcerativa, reduz em 37% o risco de morte e de insuficiência respiratória em tais condições.
Denominado “Stop COVID”, o estudo, realizado pela Academic Research Organization (ARO) do Hospital Albert Einstein em parceria com a farmacêutica Pfizer, analisou a administração do tofacitinibe em 289 pacientes internados no HUSF e em outros 14 centros de tratamento pelo Brasil. O pioneirismo da pesquisa culminou com sua publicação na célebre revista The New England Journal of Medicine, uma das principais referências da literatura médica mundial.
“Estar novamente presente em um estudo histórico para a medicina mundial é um feito que nos enche de orgulho e satisfação. Desde a sua recente criação, o Centro de Pesquisa Clínica do HUSF tem trabalhado com ética e seriedade para contribuir de forma significativa com o universo dos estudos clínicos. E a publicação no The New England Journal of Medicine chancela a importância e a relevância dos dados que pudemos trazer à sociedade”, celebra o Dr. Murillo Antunes, médico cardiologista e diretor do CEPEC – HUSF.
O tofacitinibe foi administrado nos três primeiros dias após a internação dos pacientes e não interferiu no tratamento padrão adotado pelos hospitais para conter a doença.
“A medicação ocorre para impedir o que chamamos de ‘tempestade inflamatória’ causada pela COVID-19, evitando lesões no pulmão e suas respectivas consequências, como falência respiratória ou óbito. E, no contexto crítico que estamos vivenciando, uma redução de 37% no risco de morte é algo muito promissor, afinal, estamos trabalhando em nosso limite”, afirma Dr. Murillo.
Entretanto, mesmo com os números positivos, ele ainda não foi autorizado para uso por nenhuma agência regulatória mundial. Sua possível administração será avaliada por parte dos órgãos competentes e autoridades em saúde.
“Estamos esperançosos com os dados apontados pelo estudo e honrados por contribuir com um marco para a saúde mundial. Nossas raízes franciscanas nos fazem prezar por transmitir esperança aos pacientes, mas jamais devemos nos desvincular da ciência. Seguiremos nossa caminhada para trazer acolhimento, conforto e o tratamento seguro aos pacientes”, ressalta Frei Roberto Santos, diretor geral do HUSF.