Campanha iniciada em 2014, o Janeiro Branco surgiu para destacar a importância de se abordar a temática da saúde mental na sociedade. O mês foi escolhido por representar um período em que as pessoas traçam suas estratégias e metas para o novo ano que se inicia, trazendo consigo sempre uma expectativa quanto às realizações profissionais e pessoais – e, principalmente, a esperança por dias melhores.
Infelizmente, ainda perduram muitos preconceitos, desinformações e dúvidas sobre a saúde mental. Há medo e vergonha de procurar ajuda. Porém, em um contexto tão atípico e incerto, ela precisa continuar em evidência.
O ano de 2020 foi atípico e assustador. A pandemia ocasionada pelo Novo Coronavírus (COVID-19) fez com que o medo e a angústia tomassem conta da maioria das pessoas, principalmente durante o isolamento e frente à incerteza do que estaria por vir. Assim, o número de pessoas com quadros de depressão, ansiedade, alteração de sono, apetite e transtornos relacionados ao estresse aumentou significativamente.
Independente do quadro manifestado, dos sintomas e do fator desencadeante, algumas mudanças podem ser feitas na nossa vida para melhorar nossa saúde mental, principalmente nesse período:
- Sempre que possível, tenha uma boa noite de sono
- Mantenha uma alimentação balanceada
- Dedique pelo menos 15 minutos, 2x/semana, a alguma atividade física
- Reduza a quantidade de noticiários ou programas que focam em tragédias
- Faça acompanhamento psicológico
Atitudes simples como as acima mencionadas podem contribuir muito com a saúde mental, uma vez que atuam como “antidepressivos naturais”. E são mudanças importantes não apenas em tempos de pandemia, mas também em nossa rotina normal. O ideal é começar aos poucos e ir aumentando o tempo de dedicação a elas, meta após meta, para que um bom resultado seja atingido.
Temos gastado muito tempo de nossa vida em mídias sociais. E, certamente, 15 minutos deste período frente às telas poderiam ser dedicados a alguma atividade física, na frequência de 2 vezes por semana. O benefício para a saúde mental com um simples gesto é significativo.
Entretanto, vale destacar que nada disso ajuda se persistirem sintomas que tragam sofrimento ou prejuízo. Neste caso, é necessária a ajuda profissional. Um médico psiquiatra poderá realizar a orientação e encaminhar um tratamento adequado para que a saúde mental possa ser recuperada.
Dra Camilla Nicolucci (CRM 143.749), médica psiquiatra, é docente da Universidade São Francisco (USF), mestre em Ciências da Saúde com pesquisa realizada na Universidade de Coimbra (Portugal) e doutoranda em Ciências da Saúde.