Dia do Otorrinolaringologista: médica põe em pauta a tontura e os distúrbios vestibulares

tontura-husf-braganca

A tontura é uma queixa frequente no consultório dos médicos otorrinolaringologistas. Entretanto, desvendar as causas deste sintoma é uma tarefa de grande complexidade. Afinal, ele pode ser consequência de doenças do labirinto (os chamados distúrbios vestibulares) ou de patologias cardíacas, neurológicas, vasculares, metabólicas e até mesmo emocionais.

E, neste vasto contexto de doenças que provocam tontura, cabe ao otorrinolaringologista a análise e o tratamento dos distúrbios vestibulares, onde o diagnóstico mais comum é o de Vertigem Posicional Paroxística Benigna (conhecida popularmente como VPPB).

“A VPPB ocorre quando pequenos cristais que ficam dentro do labirinto se soltam e acabam se deslocando livremente dentro dos canais semicirculares. Desta forma, quando o paciente movimenta a cabeça, é experimentada uma tontura imediata”, explica a Drª. Daniele Ferreira dos Santos (CRM/SP 145.495), médica assistente do serviço de Otorrinolaringologia e CCF do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus.

A Vertigem Posicional Paroxística Benigna pode ser originada por traumatismos cranioencefálicos, processos inflamatórios (ou infecciosos) da orelha média, inflamação do nervo vestibular, distúrbios metabólicos e outras ocorrências. “Mas, em 50% dos casos, não há identificação da causa”, detalha a médica.

Drª. Daniele Ferreira dos Santos explica que o diagnóstico da VPPB é suspeitado pela anamnese (espécie de entrevista conduzida pelo médico com seu paciente durante a consulta), quando é relatada uma história clínica característica de episódios de vertigem recorrentes e de curta duração desencadeados pela movimentação da cabeça – como deitar-se, levantar-se ou virar-se na cama. E, neste caso, não há medidas preventivas.

“Após a suspeita clínica, segue-se a realização de manobras diagnósticas, com movimentação da cabeça do paciente, procurando-se tontura e nistagmo (movimento involuntário dos olhos). Quando há, portanto, a confirmação da VPPB, o tratamento é realizado com manobras terapêuticas de reposição, que visam à recolocação das partículas de volta as estruturas do labirinto”, detalha a especialista.

Confira, abaixo, outros possíveis diagnósticos otorrinolaringológicos para tontura:

Neurite vestibular: vertigem de início súbito, com duração de dias e sem sintomas auditivos associados. É considerada por alguns autores como a segunda doença vestibular periférica mais comum. Sua etiologia é associada às infecções virais do nervo vestibular. O tratamento é feito com supressores vestibulares e corticoterapia.

Síndrome de Ménière: o paciente apresenta crise vertiginosa com duração de minutos a horas, acompanhada de plenitude auricular e zumbido. É causada por uma hidropsia endolinfática (distúrbio no ouvido interno).

Migrânea vestibular: vertigem associada eventualmente à cefaleia tipo migranosa, fonofobia, hiperacusia e zumbido. As mulheres são 2 a 3 vezes mais afetadas que os homens. O tratamento consiste em mudança de hábitos, evitando-se os gatilhos migranosos, sintomáticos e profiláticos (quando as crises são frequentes).

Drª. Daniele Ferreira dos Santos (CRM/SP 145.495) é médica assistente do serviço de Otorrinolaringologia e CCF do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus. Graduada em Medicina pela Universidade São Francisco (USF), tem pós-graduação Lato Sensu em Direito Médico pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci e residência em Otorrinolaringologia pelo HUSF com título de especialista pela ABORLCCF